Setembro tem duas datas importantes no contexto ambiental: no dia 22 é comemorado o Dia do Rio Paraíba do Sul e no dia 23, o Dia da Nascente do Rio Paraíba do Sul. Ambas as datas, instituídas oficialmente por lei, fazem lembrar a todos os valeparaibanos, que o rio Paraíba é a sua principal referência.
Nasce na serra da Bocaina, em Areias onde está a nascente do rio Paraitinga, se junta ao rio Paraibuna, que nasce em Cunha, e atravessa toda a região, totalizando 34 municípios na porção paulista sob a sua influência. A nascente do rio Paraitinga, por ser a mais distante da foz do Paraíba, que deságua 1.137 km depois, em São João da Barra, no Rio de Janeiro, é considerada a sua principal nascente.
A data também é oportuna não só para lembrar a importância do rio para a agricultura, para a indústria, para o abastecimento de milhões de pessoas e para o meio ambiente, mas também para reconhecer alguns personagens que marcaram ou ainda marcam suas vidas pela defesa do Paraíba. De forma direta ou indireta, através da sua luta pela preservação ambiental com impactos para a qualidade das suas águas, elas fizeram ou fazem a sua parte.
São pessoas como o professor e ambientalista José Luiz Pasin, o professor e tropeirista Ocílio Ferraz, ambos já falecidos, assim como o professor Lázaro Ferreira, que trabalha incessantemente na defesa da nascente do Paraíba, cujo personagem Zé do Paraíba tornou-se o símbolo do valeparaibano que toma conta do rio, e o pesquisador científico do Instituto Florestal José Luiz de Carvalho, um especialista em conservação e preservação de nascentes.
Destaque para o saudoso jornalista João Evangelista de Faria, o João Rural, culinarista e grande conhecedor da região valeparaibana, que pesquisou e escreveu sobre lugares, personagens e histórias das nascentes e de todas as cidades da porção paulista do rio. Fez diversas publicações e fundou o Instituto Chão Caipira, que tem como um dos focos a cultura que gira em torno do rio.
João se referia à região das nascentes como o Templo das Águas e assim se expressou: “Afinal, as nascentes, ainda fartas na região do Alto Paraíba, formam um verdadeiro templo dedicado pela natureza a esse mineral precioso à sobrevivência humana, que é a água. E, como todo templo voltado para o bem, deve ser sagrado e merecedor de respeito e proteção.”
Também chamou a atenção da necessidade de se recuperar e se preservar o rio Paraíba e do cuidado com ele para as futuras gerações. “O Rio Paraíba do Sul é seu, do vizinho da esquerda, da direita, da indústria, do agricultor, da geradora de energia elétrica, mas, principalmente, ele é dos filhos de todos nós. E é para essas gerações futuras, que o Paraíba necessita ser recuperado e preservado”. (fOTOTexto: João Carlos de Faria - Foto: João Rural)